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Técnicas de Justaposição e Singularidade

Justaposição e Singularidade, são técnicas opostas.


Na Justaposição há vários estímulos visuais comparando as relações entre eles: forma, linhas, qualidade das superfícies, dimensões, etc.

A Justaposição __ além da perspectiva, da escala, da dimensão, da proporção, do contraste, da textura, da forma, da cor, do tom __ também contribui para a ilusão de realidade.


"No processo de ver, dependemos da observação da justaposição interatuante das gradações de tom para ver os objetos (...) a presença ou ausência da cor não afeta os valores tonais, que são constantes e têm uma importância infinitamente maior que a cor, tanto para um quanto para conceber e realizar."




"Objeto para Legumes" - Leíse Paim
carvão s/papel
Desenho de Observação


Este tema __ Natureza Morta __ pode representar qualquer objeto, esteja ele justaposto ou não. Oberva-se, no caso acima, que os legumes estão justapostos.

Neste trabalho, há objetos com diferentes texturas, que no mundo real têm qualidades táteis, e na linguagem do desenho suas qualidades são óticas. A justaposição dos objetos revela a escala deles, e que a mensagem visual é representacional. Na Representação o que predomina é a realidade, as coisas que vemos. Pode-se notar, também, o contraste de formas, de texturas, de linhas, de direções, etc.


"A natureza-morta também pode constituir em reluzentes vasilhas de estanho, copos de rutilância transparência, tapetes ricamente tecidos e abertos sobre uma mesa, livros, jarras, cachimbos, tinteiro de um escritor ou uma paleta e os pincéis de um pintor. Toda sorte de objetos inanimados constitui tema adequado para naturezas-mortas, pois a habilidade do artista faz-nos subtamente cônscios das propriedades estéticas de coisas comuns e vulgares. Este fato recebeu surpreendente e renovada importância em termos de atualidade, por volta de 1960, quando Andy Warhol nos fez olhar para nossas despensas com um novo sentido estético de ordem depois que pintou (...) latas de sopa Campbel. " (Susan Woodford)

Veja também:
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=latas+de+sopa+campbell&um=1&ie=UTF-8&ei=c-1LSuWSA4-XtgektOWjDQ&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4



"O interesse de Cézanne em descobrir as formas geométricas subjacentes à aparência das coisas suscetíveis de conferir ordem a arranjos pintados fez dele um soberbo pintor de naturezas-mortas (...) Uma fruteira, um copo e um pano enrodilhado sobre uma mesa, esses simples elementos apresentaram-lhe um desafio de composição: como dar uma ordem visual firme a um arranjo de objetos aparentemente casual." (Susan Woodford)

Veja também:
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/cezanne_macas.htm


Quando um só tema é representado, trata-se de Singularidade, que é o oposto da Justaposição.




"Objeto Decorativo" - Leíse Paim
carvão s/ papel
Desenho de Observação



Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.


Técnicas de Transparência e Opacidade

É preciso saber que os artistas fazem uso também de técnicas para se expressarem. 

Veremos algumas delas:

TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE

As técnicas de transparência e opacidade são opostas.


Transparência

Há determinados objetos e materiais que podem refletir mais luz do que outros devido a sua tranparência, ou seja, à sua característica de mostrar formas através deles, como por exemplo o vidro. Observa-se no palito dentro do vidro, no trabalho a seguir, o efeito "curva" chamado de refração.



"Objetos de Atelier" - Leíse Paim
carvão e giz s/ papel
Desenho de Observação



Opacidade
Há materiais que refletem menos luz que o vidro devido à sua opacidade, pois é sua característica não permitir que formas sejam vistas através dele, como por exemplo o barro, por onde a luz não atravessa, causando sombra.




 
"Objetos de Cozinha" - Leíse Paim
carvão s/ papel
Desenho de Observação


Veja em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Opacidade




Observa-se na composição acima que, estando os objetos bem relacionados entre si, o olhar do observador é levado para dentro do trabalho. As formas variadas, sobrepostas, em diferentes planos e cobrindo a linha que representa a mesa (que é chamada de Linha do Horizonte, abreviadamente LH) proporcionam espaços interessantes.



A seguir, um vídeo do Youtube sobre Desenho de Obsevação, onde se observa as técnicas de transparência e opacidade.

Agora faça um desenho onde você possa empregar as técnicas de transparência e opacidade.


Veja em:


O carvão, um dos materiais com que foi feito o trabalho acima, não adere à superfície do papel e, assim, permite que seja apagado com facilidade, que se faça manchas, que se possa esfumá=lo nas áreas de sombras e que se dê iluminação com limpa tipos ou miolo de pão. Deve-se usar verniz, em forma de spray, depois do trabalho pronto.   
  


Nota:  Os trabalhos desta postagem não são recentes.



Ilusão de Realidade / O Tom

TOM

Para criar a ilusão de realidade, além da linha, é preciso acrescentar o elemento visual tom, o claro e escuro, a luz e a sombra.

" Sombras e Luzes são métodos mais eficazes pelos quais a forma de qualquer corpo pode vir a ser conhecida, porque um corpo homogêneo em luz ou escuridão não mostrará nenhum relevo e dará o efeito de uma superfície plana." Leonardo da Vinci


São as mudanças de tom que dão aparência tridimensional aos objetos. Não existe sombra sem luz. Quando a luz é fraca a sombra é menos evidente e quando há mais luzes as sombras são complexas.

Os tons dos objetos devem ser feitos em etapas sucesivas. Deve-se deixar em branco as áreas onde a luz bate mais forte, depois acrescentar o tom mais claro com pouca pressão, aos poucos, com cuidado, coloca-se os tons mais escuros e vai se fazendo a transição de tons, para dar a sensação de volume à figura. As sombras mais fortes devem ser feitas com mais pressão.



As representações abaixo são monocromáticas, ou seja, não há cores diferentes, mas diferença de tons, gradações de tons.

  

"Objetos de Bar" - Leíse Paim
Giz e Carvão s/ papel
Desenho de Observação


O tom nos objetos, através da luz, e as sombras projetadas dão a impressão de realidade.

"Objetos de Quarto - Leíse Paim
Giz e Carvão s/ papel
Desenho de Observação

"Vivemos graças à presença ou à ausência relativa da luz." Donis A. Dondis

SOMBRAS PRÓPRIAS
Observamos que nos desenhos acima a luz que incide sobre os objetos provocam sombras sobre eles, as chamadas sombras próprias. Elas permitem que os objetos adquiram volume. Próximo à sombra projetada o tom do objeto fica mais claro.




SOMBRAS PROJETADAS
Observamos também que nos desenhos acima a luz que incide sobre os objetos provocam sombras em superfícies que não fazem parte deles, ou seja, na parede e na mesa, são as chamadas sombras projetadas. O tom mais escuro delas fica junto do objeto, e ao se distanciarem dele elas vão ficando mais claras. Quando a sombra projetada se torna muito grande ela se destaca demais, por isso deve-se colocar outro objeto à frente dela. As sombras projetadas são de grande importância devido a possibiliade de darem mais movimento à relação entre os objetos (as formas positivas) e o espaço à sua volta (as formas negativas).

CONTRASTE
A luz é o nível básico da visão, a sombra é a falta de luz. A sombra mostra a relação entre os objetos e o seu local em relação à luz. Quanto mais alta estiver a fonte de luz, mais curta é a sombra e quanto mais baixa estiver a fonte de luz maior é a sombra. Para haver contraste, outro elemento visual importante na composição, é preciso que haja luz. O contraste começa com ela.
A Justaposição dos elementos cria contraste, que evita monotonia, atrai a atenção e expressa idéias.
A luz e a sombra são elementos visuais que podem ser o centro de interesse do desenho ou da pintura, como por exemplo em "Almoço na Relva" de Edouard Manet. Segundo ele a luz é o personagem mais importante na obra.



Veja em:
http://cgfa.sunsute.dk/manet/p-manet20.htm
http://2.bp.blogspot.com/_ywSvQZuuiEW/SU0QWDsWtKI/AAAAAAAAGoM/FKIdvY23rKk/s400/manet2048.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_QWeRiRMMseE/S3RyXR-zEHI/AAAAAAAABPE/EgIG91-WV8/s1600-h/I+-+3+nao+queria+ser.jpg
http://3.bp.blogspot.com/+kDI7AY5ZZfw/TA10jCgfmtI/AAAAAAAADSQ/TOM5-gBIIye/'600/VilaVi%C3%A7osa4PB.jpg



Para se conseguir vários tons com o carvão, esfumaça-se com os dedos. Acrescenta-se giz branco sem misturar os dois materiais, para representar a luz. Depois do desenho pronto, é preciso vaporizá-lo com um fixador próprio. Pode ser utilizado sobre papel colorido, pardo e de diferentes expessuras.

"A única maneira de um artista produzir seu estilo é produzindo. As primeiras obras de arte produzidas por qualquer artista ainda não são espiritualidade que descobriu e definiu um modo de formar, mas sim espiritualidade que se utiliza de um estilo ou modo de formar já existente. O processo pelo qual um artista define seu estilo é longo e requer muito trabalho." (Gilberto André Borges)

Percebemos, então, através das informações aqui dadas, que o processo de criação de trabalhos visuais passa por etapas de exercícios, conhecimentos específicos, domínio de materiais, de técnicas, dos elementos da linguagem visual, de leituras, de vivências e de produção.

Veja em:
http://www.defatima.com.br/saladeaula/desenho1.pdf


A seguir um vídeo do Youtube sobre Desenho de Observação

Agora experimente desenhar acrescentando sombras próprias e projetadas.



"O mundo em que vivemos é dimensional, e tom é um dos melhores instrumentos de que dispõe o visualizador para indicar e expressar essa dimensão." Donis A.Dondis



Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.



Perspectiva - com Hélio Costa de Castro

A expressão arquitetônica.

A linha é o elemento essencial
tanto nos esboços __ que podem ser livres __ quanto nas etapas mais detalhadas, nas plantas baixas, perspectiva da construção e nas representações tridimensionais.

No desenho à baixo, a esquerda, observa-se só as linhas de perspectiva e no desenho a direita observa-se também o jogo de luz e sombra, o que reforça a ilusão de realidade.


"A Sala de Aula" - Leíse Paim
lápis de grfite s/ papel
Desenho de Observação




Na arquitetura o elemento visual que predomina é a dimensão, observada através da linha da perspectiva.

"A representação da dimensão em formatos visuais bidimensionais também dependem da visão, ela é implicita. A ilusão pode ser reforçada de muitas maneiras, mas o principal artifício para simulá-la é a convenção técnica da perspectiva. Os efeitos produzidos pela perspectiva podem ser intensificados pela manipulação tonal, através do claro-escuro, a dramática enfatização de luz e sombra. A perspectiva (...) recorre à linha para criar efeitos, mas sua intenção final é produzir uma sensação de realidade."

Veja em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Perspectiva_(gr%C3%A1fica)


Nas aulas com o professor Hélo Costa de Castro, no curso Projeto de Interiores, aprendi muito sobre planta baixa, perspectiva e pintar com tinta ecoline.




Projeto de Leíse Paim
Planta baixa de uma casa com jardim
ecoline s/ papel




Projeto de Leíse Paim
Sala de estar
ecoline s/ papel


As aulas com o professor Hélio eram bem interessantes. Muitos estudantes das faculdades de arquitetura do Rio de Janeiro também participavam. Ficavam encantados com a técnica de perspectiva que aprendiam na aula, cujo resultado eram imagens bem maiores das que conseguiam fazer na faculdade, segundo eles. Prof. Hélio explicava detalhadamente para que ninguém tivesse dúvidas do processo, pois o objetivo do curso era dar condições ao aluno de se tornar um profissional na área de desing de interior, residêncial e comercial, arquitetura e decoração.


No final do curso, o professor Hélio deixou-me muito feliz e surpresa ao sair de sua mesa e vir me cumprimentar com um aperto de mão pelo meu desempenho nos trabalhos. Mas com certeza isto se deu em consequência do seu ótimo desempenho como professor.

A seguir um vídeo do Youtube sobre Perspectiva numa obra de arte do período do Renascimento


A seguir um vídeo do Youtube mostrando o processo do desenho de perspectiva





Agora, aproveite, é só pegar papel e lápis e começar a desenhar em perspectiva um espaço arquitetônico.



Nota:  Os trabalhos desta postagem não são recentes.

Elemento Visual / A Linha

Outro elemento visual é a linha.

Ela é fundamental para o desenho e mostra a intenção do artista.

"O respingo em si é feito com pinceladas delicadas e pequenas linhas; levei duas semanas para pintar o respingo." David Hockney



A LINHA

A linha surge com a união de pontos. Ela é o ponto em movimento. Ela dirige o nosso olhar. Nos exemplos abaixo ela se torna mais lenta, devido às suas interrupções:

_ __ __ __ __ __
- - - - - - - - - - - - - -
. . . . . . . . . . . . . . . . . .

Neste outro exemplo ela fica mais lenta e mais pesada:

_ l _ l _ l _ l _ l _ l _


A linha contínua é mais rápida e leve:
_____________


A linha não existe na natureza, é uma criação do homem, que é capaz de imaginá-la e com elas criar formas.



Para o desenho a linha é essencial, ela descreve a forma, ela mostra a intenção do artista, seus sentimentos, suas emoções, sua maneira de ver através do gesto, da mão. Ela pode, por isso, apresentar várias formas e provocar sensações. Pode ser reta (rigidez, dureza), imprecisa, ondulada (movimento e rítmo suave), curva ( suavidade), quebrada (movimento), vertical (elevação, esperitualidade, equilíbrio), horizontal (repousouso, calma), inclinada (movimentgo, instabilidade), espiral (movimento para o centro ou para fora), hesitante, grossa, fina, longa, curta, fraca, forte, etc. O homem com diferentes instrumentos trabalha graficamente a forma, a imagem, o significado, unindo assim, forma e expressão. A linha cria formas, mas o branco do papel também, como no desenho a seguir. 

"No céu não vemos um ponto, mas pontos. Esses pontos criam formas. Entre os pontos praticamente a linha aparece, entre vários pontos, várias linhas. O céu estrelado nos mostra pontos inumeráveis. Não são todos igualmente acentuados: uma estrela brilha mais que outra. Esses valores desiguais de luz por sua vez produzem formas. Pensai nas constelações. Elas também são formas. Digo simplesmente que a forma não está ausente do céu estrelado quando o observamos em sua aparição natural." (Mondrian)


  

"O Rapaz de Calção" - Leíse Paim
grafite s/ papel
Desenho de Observação







"A Mulher e o Sonho" - Leise Paim
técnica mista (serigrafia e guache) s/papel canson



Um desenho é formado por linhas, pontos e formas. No trabalho anterior houve a intenção de imitar a realidade, ou seja, foi criada uma cena observada, e onde as sombras da figura transmitem uma profundidade do espaço, uma tridimensionalidade.

No trabalho "A mulher e o Sonho" a intenção foi transformar uma forma abstrata numa forma figurativa, uma cena imaginada. Foi feito com tinta guache, que é uma tinta solúvel em água, opaca e com grande poder de cobertura, onde as cores claras podem ser colocadas sobre as escuras. É uma técnica de pintura mas também é usada para desenho.

A seguir um vídeo do Youtube sobre Ponto e Linha.
 


Que tal fazer agora um desenho com algumas destas linhas?



Veja em:
http://www.colegiodante.com.br/escola/webquest/fund_i/mondrian/index.htm



Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.




Alfabetismo Visual / O Ponto

"Para se romper com as regras como os mestres é preciso reconhecê-las."

Sabemos que as primeiras experiências de uma criança tem início através dos cinco sentidos: o tato, o olfato, a audição, o paladar e a visão.

Nas Artes Visuais o sentido da Visão é muito importante.

A VISÃO
A visão aumenta os outros sentidos. Ela pode servir como meio de comunicação entre os homens, principalmente na nossa época quando a imagem é muito forte e constante na nossa vida. É preciso, então, educar o olhar, a compreender as imagens que vemos, a entender uma mensagem visual e também criá-la.

A visão permite ao ser humano receber muitas informações rapidamente e a visualizar coisas, criar imagens, símbolos que levaram ao alfabeto, à linguagem escrita. Para nós lermos e escrevermos é preciso primeiro aprender o alfabeto, depois juntar as letras, as palavras e as frases. É necessário, então __ para dominar a escrita e a leitura __ começar pelo básico da linguagem verbal. Para dominá-la, ainda crianças vamos à escolas onde método próprio é usado com este objetivo.

Mas o que se faz para sermos alfabetizados visualmente?

Escreveu Donis A. Dondis a respeito disto:

" Se a invenção do tipo móvel criou o imperativo de um alfabetismo verbal universal, sem dúvida a invenção da câmera e de todas as suas formas paralelas, que não cessam de desenvolver, criou por sua vez o imperativo do alfabetismo visual universal, uma necessidade que há muito tempo se faz sentir. O cinema, a televisão e os computadores visuais são extensões modernas de um desenhar e de um fazer que têm sido, historicamente, uma capacidade natural de todo ser humano, e que agora parece ter-se apartado da experiência do homem."

" A visão é natural, criar e compreender mensagens visuais é natural até certo ponto, mas a eficácia em ambos os níveis só pode ser alcançada através do estudo."

"grande parte da comunicação visual foi deixada ao sabor da intuição e do acaso."

"essa é uma esfera em que o sistema educacional se move com lentidão monolítica, persistindo ainda uma ênfase no modo verbal, que exclui o restante da sensibilidade humana, e pouco ou nada se preocupando com o caráter esmagadoramente visual da experiência de aprendizagem da criança. "

" O exame dos sistemas de educação revela que o desenvolvimento de métodos construtivos de aprendizagem visual são ignorados, a não ser no caso de alunos especialmente interessados e talentosos."


" Devemos buscar o alfabetismo visual em muitos lugares e de muitas maneiras, nos métodos de treinamento de artistas, na formação técnica de artesãos, na teoria psicológica, na natureza e no funcionamento físiológico do próprio organismo humano."

"A sintaxe visual existe. Há linhas gerais para a criação de composições. Há elementos básicos que podem ser aprendidos e
compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação visual, sejam eles artistas ou não, e que podem ser usadas, em conjunto com técnicas manipulativas, para a criação de mensagens visuais claras. (...) a uma melhor compreensão das mensagens visuais."

"A sintaxe visual existe, e sua característica dominante é a complexidade."


"O alfabetismo visual jamais poderá ser um sistema tão lógico e preciso quanto a linguagem."

"Na verdade, a expressão visual é o produto de uma inteligência extremamente complexa, da qual temos, infelizmente, um conhecimento muito reduzido. O que vemos é uma parte fundamental do que sabemos (...)."

E diz Ernst Fischer:
"Quanto mais o homem acumula experiência, quanto mais aprende a conhecer as diferentes coisas em seus diferentes aspectos, tanto mais rica precisa tornar-se a sua linguagem."

Hoje, a linguagem artística é quase incomprensível porque as formas são herméticas, são subjetivas. Além do mais, sempre que há uma ruptura na arte o público estranha, e portanto, há críticas e não aceita de imediato. Foi assim com os pintores do século XIX, como o movimento do Impressionismo. Os contornos das figuras e objetos não eram nítidos e por isso não eram eles bem definidos, causando um estranhamento. O mesmo aconteceu com os movimentos como o Cubismo, o Dadaísmo, o Expressionismo Abstrato e outros.

A artista Fayga Ostrower comentou sobre isto em livros que li e palestras em que estive presente, falando que a arte é a lingua materna dos seres humanos, que todas as crianças saudáveis cantam, pintam, dançam. Que estas suas primeiras manifestações simbólicas, que são linguagens expressivas, usadas com toda a espontaneidade, descobertas intuitivamente por elas, e que são mundos de conhecimento e experiências explorados com alegria quando podem, não são de interesse da sociedade de consumo. Que os dotes sensíveis das pessoas não sendo relevantes para a nossa cultura vão sendo ignorados, e por isto quando a criança entra na escola essas "brincadeiras" vão dando lugar às "coisas sérias", levando alguns jovens ou adultos que salvam seu potencial de sensibilidade a ter que reaprender como se nunca tivesse vivenciado maneiras de se expressar através da arte.

É neste caso que a pessoa tem que rever os elementos da linguagem visual para se expressar artisticamente, como fazem os artistas das artes visuais, que usam o ponto, a linha, a forma, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala, o movimento, etc. Com eles é que vão dar estrutura à sua obra. E para entendê-la é preciso conhecer as qualidades específicas destes elementos.

"de que modo a criança, tal como o cientista chega a dominar na consciência as técnicas, raciocínios e procedimenos que utiliza para pensar e agir sobre os objetos" (Piaget)

Emília Ferreiro, a partir das teorias de Piaget, revolucionou o método de alfabetização mudando a questão "Como se deve ensinar a ler e escrever" para "Como se aprende a ler e escrever", focando o processo e não o produto final. Segundo ela as crianças agregam letras duranto o seu processo de alfabetização e não "comem letras" conforme geralmente se diz. É preciso, então, o professor reconhecer o conhecimento que o aluno já possui para levá-lo ao que ele precisa ainda conhecer. A escrita faz parte do universo da criança desde muito cedo, através dos livros infantis, de gibis e de outras mídias, consequentemente ela inicia o seu processo de alfabetização muito antes de entrar na escola.

" a escrita é importante na escola pelo fato de que é importante fora dela."

É através da prática da leitura, de eventos de letramento que a escrita vai se desenvolvendo e fazendo sentido para o aprendiz, ou seja, ele aprende fazendo. O mesmo se pode dizer em relação à alfabetização visual.

"muitos não leeem livros porque não sabem ler. Não sabem ler, porque não leem livros." (Bamberger)

Para Emília Ferreiro a leitura constitui uma destreza e "o elemento chave de uma destreza é o processo de integração de todo o conjunto de condutas que constituem a habilidade total. A integração se aprende mediante a prática. Só é possível praticar a integração quando se exercita a destreza em sua totalidade."

Para a criança ter contato com a escrita e a desenvolva é preciso que se coloque em suas mãos livros de literatura infanto-juvenil, artigo de jornal, gibis, propaganda, cartazes, etc. enfim, uma diversidade de textos e não só o que ela escreve. Assim também dever ser feito com a linguagem visual, de forma que a curiosidade inerente da criança, um ambiente propício para as interações com a linguagem mediadas por pessoas bem capacitadas e que respeitem o seu rítmo, dialoguem com ela e lhe faça questões para garantir-lhe a aprendizagem a que tem direito e necessita.

"ao conceber a escrita como modo de representação somos obrigados a admitir que o simples domínio do sistema não torna o sujeito um escritor competente, porque além disso, é preciso que ele amplie a sua experiência e seus conhecimentos (...) o que escrever, como escrever, para que escrever, a expressão verbal da idéia a ser vinculada, o gênero e a estrutura da escrita, seus destinatários e sua conformação no papel."

PONTO
O ponto é o elemento visual mais simples e básico para se criar artisticamente. Sua forma arredondada atrai muito o olhar, pricipalmente quanto mais próximo estiver um ponto do outro. Desenhado, chama-se ponto gráfico e é bidimensional.
. . . . . . .......
. .
. .

Quando os pontos são muitos ou estão justapostos observa-se a criação de tons, como no desenho de observação abaixo de um objeto de livre escolha do aluno para sombrear com pontos, uma proposta de Germano Blum em sua aula.

"Objeto Oriental" - Nanquim s/ papel canson - Leíse Paim
Desenho de Observação

No trabalho acima, observa-se que com o uso dos pontos foi possível fazer o sombreado para dar a sensação de claro e escuro, e também
o delineado contornando com pontos a figura.

Já no século XIX, os pintores pontilhistas, neoimpressionistas, em vez de manchas de cor usavam pontos em seus trabalhos, pintavam com cores puras em pequenas pinceladas justapostas entre si com pincéis pequenos e pontiagudos, para dar sensação ótica da realidade. O pintor George Seurat, um dos criadores deste estilo, denominou de Pintura Óptica este tipo de trabalho. Segundo a artista Fayga Ostrower, como os pontos causam um efeito, uma textura, o pointilhismo trata-se mais de uma técnica do que um estilo, e o que é realmente importante na sua estrutura é a volta dos contornos nítidos nas figuras e nos objetos __ o que o Impressionismo aboliu __ além da profundidade espacial, por isso, os artistas deste estilo não se desligaram totalmente da visão impressionista.


Veja em:
http://www.portalartes.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontilhismo
http://www.vivermentecerebro.com.br/ (Emília Ferreiro - Especial no. 5)
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJjFJ65ySUkOKq243ZLKptNxwnPlsOr8JUFFQi8x71CrQ7pIPCZ7gu72TEn1qRjmc4pOqCXy4bTRRDP-UoRRMXztkRKPIkUkVRl-zIB0vV8Nxbj7Nlw2x5bHdvDDUr3wGRner6IU7sIg0/s1600-h/conjunto+MONCHO+LR.jpg


Atualmente o ponto é utilizado no processo de impressão em fotos e outros meios visuais, por causa da ilusão de tom ou da cor que vários pontos justapostos são capazes de criar.


A seguir um vídeo do Youtube sobre o processo de desenho feito com pontos.
O próximo vídeo mostra as obras de Georges Seurat, o criador do Pontilhismo.

Que tal você fazer agora um desenho só com pontos?



Nota: O trabalho desta postagem não é recente.


O Tema

Qualquer tema pode servir para se fazer um desenho, um trabalho artístico.


"Espelho em Flor" - esboço

Caneta esferográfica preta s/ papel, 10 x 13 cm - Leíse Paim

Desenho de Observação


" O tema é elevado ao status de conteúdo somente pela atitude do artista, pois o conteúdo não se limita a ser o que é apresentado, é também o como está sendo apresentado, em que contexto, com que grau de constância social e individual (...) tudo depende da visão do artista (...)."

O tema é o assunto, mas é sempre um pretexto para um esboço ou para criarmos um trabalho plástico, ou seja, para se tornar um conteúdo expressivo. Ele não determina a forma, o que a determina é a obra, é a estrutura formal da imagem, que depende da interpretação do artista sobre o motivo, síntese das suas vivências subjetivas, de vários e complexos signficados, da sua visão de mundo, da sua humanidade.

"Meus temas se impõem em mim. Eu nunca os escolhi. Se fosse para escolher, jamais escolheria coisas tão díspares de fazer." (Clarice Lispector)

Quando se escolhe um tema, deve-se escolher quais são os aspectos que o tornam interessante para ressaltá-lo, a fim de atrair o olhar do espectador.

Exemplos de temas

natureza morta, figura humana, animal, marinha, paisagem, flor, casario, cena de interior, mitologia, etc.

Esboço


Alguns dos meus desenhos são feitos de forma rápida, observando algo que me chame a atenção em determinado lugar em que eu estou, para exercitar o traço, o gesto, o olho, a mão, a observação, a memória e a imaginação. Para isso uso os materiais que tenho à mão. É o que se chama de esboço.

ESBOÇO
Um esboço pode ser feito de forma rápida, como um rascunho, para expressar graficamente uma idéia sem a preocupação em refinar o desenho. Pode ser feito com poucos traços, traços simples, esquematizados, leves, texturas só sugeridas rapidamente, algumas sombras e luzes, gestos sem muita elaboração, ou as linhas essenciais para num segundo momento ser feito um trabalho. Ele é início de um desenho, de uma composição, etc., portanto poderá depois ser modificado.

Mas há artistas que já colocam nele tudo, e quando fazem o trabalho final têm o cuidado de manter todo os detalhes registrados no esboço. Pode-se utilizar no esboço qualquer material: papel, madeira, lápis, caneta, etc.

Sempre que possível, escolhe-se o melhor ângulo do tema escolhido, a fonte de luz, que para as pessoas destras deve vir do lado esquerdo, observa-se bem as formas e linhas básicas, a forma global, sem a preocupação com os detalhes. Desenha-se, então, o contorno da figura de forma rápida, destacando o ponto de interesse, o ponto de atração, observando os tons e não as cores, simplificando-os no desenho, ou seja,anotando os que contrastam, o mais claro, o médio e o mais escuro, e não os intermediários, através de diferentes tipos de linha rápidas, em diferentes dreções, e espessuras.Com os tons mais claros se obtém a sensaçaõ de distância e, assim, se interpreta graficamente o que é observado.


"Planta no Vaso" - esboço
Caneta esferográfica preta s/ papel, 10 x 13 cm - Leíse Paim
Desenho de Observação


É importante quando se deseja desenhar e pintar , treinar o olhar, educá-lo diariamente, observando atentamente o mundo real, os volumes, a profundidade, a perspectiva e se exercitar fazendo esboços rápidos, à mão livre, de objetos, de elementos naturais, da figura humana, de expressões faciais e gestuais, de cenas, desenvolvendo, assim, a sensibilidade e a expressão artística.

Veja um vídeo sobre esboço, que encontrei no Youtube.



A seguir um outro vídeo do Youtube sobre esboço.



Agora escolha um tema e comece a fazer um esboço dele.


Nota: O trabalho desta postagem não é recente.


Desenho - Materiais

Trabalhei também com vários materiais artísticos (convencionais), não artísticos (não convencionais) e com diferentes técnicas. Fiz experiências com as formas dentro de um espaço plástico, explorando a natureza, os objetos e o espaço construído.

"O animal humano é um criador de imagens e, seja, como for que esse fato se manifeste, seja quais forem os seus meios de comunicação usados e as finalidades pretendidas, nunca deixará de sê-lo." Donis A. Dondis

DESENHO
O desenho é uma linguagem muito antiga e sempre fez parte da vida do homem. O homem pré-histórico com o desenho deixou registrado para o homem atual o seu passado, a sua época, as suas crenças, o seu modo de vida, a sua visão de mundo. Desenhando o homem se comunica, expressa, cria, inventa, se descobre, constrói uma outra realidade, um universo mágico, e se humaniza.

Por que a arte nos humaniza?

Segundo a escritora Adélia Prado, numa entrevista, a Arte nos humaniza porque nos induz à intimidade, à alma das coisas, porque mexe nos nossos afetos, no que sentimos e oferece um espelho onde o artista se reconhece.

Ver também:

Modalidades do desenho:
geométrico, projetivo, técnico, geometria descritiva, arquitetônico, ilustração, croquis ou esboço, modelo vivo, etc.

Desenho é também conhecimento, uma atividade mental __ e não só manual__ é uma atividade cognitiva, simbólica à qual  qualquer pessoa pode ter acesso. Ele necessita de percepção, que quanto maior mais é capaz de revelar-se graficamente e, consequentemente, de construir e inventar espaços. Pois, no desenho a percepção integra-se com os sentidos e o pensamento.

"Desenho não é uma brincadeira."  Picasso

O desenho pode ser realizado como um estudo prévio ou como uma obra acabada. Ele pode representar graficamente em duas dimensões aquilo que se vê tridimensionalmente, desenhando-se num material plano (papel, madeira, etc.) a forma e o volume do que o olho observa. Ele pode descrever, expressar. E como disse o crítico de arte Frederico de Morais, ele pode ser linha, traço, rabisco, corte, recorte, dobra, sígnos, assinaturas, colagens, etc., pois é o artistas que vai dar a ele significado, estrutura visual, forma, etc.

"A obra de arte verdadeira nasce do artista__criação misteriosa, enigmática, mística. Ela se separa dele, adquire uma vida autônoma, torna-se uma personalidade, um sujeito independente, animado de um sopro espiritual, um sujeito vivente, com existência real__um ser"  Kandinsky, 1912

Com um lápis, uma lapiseira, uma folha de papel pode-se desenhar, pode-se fazer um trabalho artístico, pois com eles há possibilidades de se criar um desenho de observação, de memória ou de imaginação.

"Criar é tão difícil e tão fácil como viver. E é do mesmo modo necessário."

Um desenho pode ser feito com lápis grafite (um tipo de carbono, misturado com muita ou pouca argila, que neste caso fica mais macio), com pedaço de carvão ou com creiom.

Os antigos desenhavam com varetas finas metálicas (chumbo, prata ou paládio).

LÁPIS
Os lápis podem variar muito, seja na dureza, na espessura, na forma do grafite, nos tons, na apresentação, nas cores, etc. Os
lápis mais duros (da série H) fazem as linhas mais finas, mais claras, os tons mais suaves e trabalhos mais delicados. Enquanto os mais macios (da série B) fazem linhas escuras e grossas, e devem ser usados para fazer esboços de forma rápida. Quando o grafite é do mais grosso deve-se fazer a sua ponta mais fina. Mantendo-se os lápis bem apontados trabalha-se melhor. O lápis mais macio é o 6B e o mais dura é o H.

Veja em:


CARVÃO
O carvão é um material utilizado desde que o fogo foi descoberto. O próprio para desenho é um bastão carbonizado, encontrado em diferentes espessuras. Utiliza-se como um lápis, usando-se a ponta ou a lateral. Pode ser apagado com miolo de pão ou borracha mole. Com ele pode-se fazer vários tons de desenho, esfumando-o com os dedos.Representa-se a luz com giz branco sem misturá-lo ao carvão. Pode ser utilizado sobre papel de diferentes espessuras e sobre papel colorido ou pardo.
Depois de pronto, vaporiza-se com fixador apropriado. Os bastões mais finos podem ser usados em esboços, para detalhes ou para delinear. Os mais grossos podem cobrir grandes áreas com traços fortes. O macio suja mais, porque adere menos ao papel, se desfaz facilmente, serve para esfumaçar e para fazer efeitos mais amplos. O mais duro pode ser usado para fazer tons de cinza. Pode ser usado o carvão com pastel macio, nanquim e guache, acrescentando-se água com pincel sobre o desenho, trasbalhando-se, assim, com uma técnica mista.


PASTEL
O pastel é também um material artístico convencional. Ele tem a forma de barra ou a forma de lápis.

pastel seco é usado sobre papel, desde a época do Renascimento.

O pastel a óleo, chamado também de lápis de cera, é usado sobre papel. Ele surgiu no século XX, nos anos 60.  

Os materiais não convencionais são as sucatas e outros tipos de objetos com os quais se pode também desenhar, como por exemplo arruelas, fósforos, botões, etc.


Veja, abaixo, vídeos do youtube sobre trabalhos com materiais não convencionais.





Agora, procure fazer desenhos com materiais convencionais e não convencionais.



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