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Carnaval e Arte - O Brasil

O Carnaval do Brasil
é de origem Européia, dos Açores, da Ilha da Madeira e de Cabo Verde em Portugal.

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Segundo alguns estudiosos, o carnaval brasileiro foi iniciado por celebridade popular para comemorar a chegada da Família Real Portuguesa.
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Família Real Portuguesa
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Entrudo - são as brincadeiras trazidas pelos portugueses.
Entrudo portugues
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Aqui no Brasil as pessoas jogavam ovos podres, urina,feijão, farinha e coisas ruins umas sobre as outras, por isso foi proibido.
Entrudo
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"Não havia tantos papéis trocados nos primeiros carnavais do Brasil, mas uma reviravolta de comportamentos também tomava conta. Durante as festas conhecidas como entrudos, as pessoas atiravam bolas de cera nos outros e faziam guerrinhas d'água pela rua." Leandro Narloch
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"Por quase todo o país, a polícia até tentava conter os entrudos, mas raramente conseguia. A festa dura até hoje __ em alguns blocos do interior, os carnavalescos ainda atiram água, confete e farinha uns nos outros. Na maior parte da história do Brasil, o carnaval foi uma algazarra deliciosamente sem noção." Leandro Narloch
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A máscara faz parte do Entrudo
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Mais tarde, com a interferência da Igreja Católica, esses elementos foram substituídos por bolas de cera cheias d'água, água de rosas, vinho, vinagre e groselha.
A Igreja Católica
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Em Arraias, Tocantins, os arraianos ainda molham pessoas, ouvem marchas carnavalescas, tocam sanfona e distribuem farofa.
Entrudo em Arraias, Tocantis
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Lança-perfume surgiu no séulo XX no Brasil. É uma mistura de éter e perfume. Foi criado na França em 1855. Devido ao mau uso mais tarde foi proibido. Atualmente são apreendidos pela polícia muitas caixas do produto.
Vários tipos de frascos de lança-perfume
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Batalha de flores - substituiram os líquidos.
Batalha de flores em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, em 1880
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Ainda há desfiles de Carro de flores em algumas cidades
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Batalhas de confete e serpentina - passaram a ser feitas também, em lugar dos líquidos.
Batalha de confete e serpentina na rua
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Imitação de Veneza - Por muito tempo havia a vontade de imitar Veneza, com confetes, serpentinas, máscaras, fantasias sofisticadas de nobres, pierrôs, colombinas, arlequins da Comédia dell'Arte, trazidas pela corte portuguesa. Por isso o Carnaval de Veneza teve muita influência no carnaval brasileiro.
Fantasias do Carnaval de Veneza
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Carros alegóricos europeus chegaram ao Brasil em 1786, passando a participar do Carnaval brasileiro.
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Desfile de Carros Alegóricos
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Rei Momo - É um símbolo do Carnaval. Foi inspirado nos bufos __ atores portugueses de comédia para nobres. Representa a folia, a alegria. E é quem permite a falta de ordem no carnaval, a mudança do cotidiano. No Rio de Janeiro, em 1910, foi representado pela primeira vez num circo por um palhaço negro. A representação atual surgiu em 1933, quando jornalistas criaram um boneco de papelão esculpido por um artista plástico. Em 1934, resolveram eles escolher uma pessoa alegre e gorda, que reinou de 1934 a 1948, quando morreu. Foi necessário a escolha de outro, porque tornou-se uma figura tradicional para o povo. Por isso foi oficializada por lei estadual em 1968. Hoje é feito um concurso em vários estados do país, entre pessoas simpáticas e bem alegres, não sendo mais essencial que sejam obesas.
Rei Momo
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O Rei Momo num desfile
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Em Olinda - os artistas e blocos passam pela cidade. É grande o número de bonecos, que ainda é uma tradição lá. Muitos artistas plásticos se inspiram na festa para criarem suas obras.
Boneco de Olinda
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Pintura do Carnaval de Olinda
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Pintura do Carnaval de Olinda
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Em Recife - há escolas de samba, blocos, bailes e o frevo, a dança característica da cidade.
Frevo no Carnaval de Recife
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Frevo - pintura de Cândido Portinari
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Uma das principais atrações da cidade é o desfile de bonecos gigantes, como em Olinda.
Desfile dos bonecos gigantes
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Na Bahia - há blocos de índios, afro, de afoxés, e outros, mas a atração principal são os inúmeros trio elétricos onde há música e a presença de cantores, principalmente baianos, que fazem sucesso no país. O povo vai acompanhando pulando e cantando lambada, samba-reggae e outros rítmos., Ele surgiu em 1950, quando uma "dupla elétrica" tocou em Salvador com alto-falantes num Ford 29. Em 1951 sairam numa pic-up com mais um convidado, daí "trio elétrico".
Trio elétrico no Carnaval da Bahia
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"Em 1832, ao visitar o Carnaval de Salvador com dois tenentes da marinha britânica, o jovem inglês Charles Darwin se assistou com os perigos do carnaval baiano. 'Estes perigos consistem principalmente em sermos impiedosamente fuzilados com bolas de cera cheias d' água e molhados com esguichos de lata. Achamos muito difícil manter a nossa dignidade enquanto caminhamos pelas ruas' escreveu Darwin em seu diário". Leandro Narloch
***Entrudo
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Em Pernambuco - O Maracatu faz parte do Carnaval. Começou na frente de igrejas com a coração dos reis do Congo, damas de honra, mestres de campo, secretários e exército.
Maracatu
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Pintura sobre o Maracatu
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O Bumba-meu-boi também participa do carnaval pernambucano ao ar livre. Ele é conhecido também como "Boi", "Boi-Coração", "Boi de Reis" e "Boi Pintadinho". Representa a vida e a morte, a ressurreição do boi. Aparece também em outras festas folclóricas durante o ano.
O Bumba-meu-boi
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Pintura do Bumba-meu-boi
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Em São Paulo - o ponto alto da festa são as escolas de samba. A primeira escola de samba paulista foi a "Lava pés", que surgiu de um bloco de baianas paulistas.
Escola de samba de São Paulo
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O Carnaval brasileiro, no entanto, conforme pude me informar, não se limita aos tres dias oficiais, há outros durante o ano, mas que recebem outros nomes: Fortal (em Fortaleza), Carnatal (em Natal), Micaroa (em João Pessoa), Micaranda (em Campina Grande), Carnaval Fest ( em Maceió) e o Micarú (em Caruaru). Em todos eles tem o trio elétrico.
Trio elétrico
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No Rio de Janeiro - segundo texto de Jean Baptiste Debret __ pintor da Missão Artística Francesa trazida ao Brasil por D.João VI __ o Carnaval entre 1816 e 1830 era diferente do Carnaval da Europa, onde havia bailes, cordões de mascarados nas ruas movimentadas, etc. No Rio de Janeiro, segundo Debret em seu diário, as famílias é que preparavam os líquidos que colocavam nas embalagens com as quais iriam se divertir durante o Carnaval.
Jean Baptiste Debret
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"o perfume de canela que exala de todas as casas do Rio de Janeiro durante os dias anteriores ao carnaval, revela a operação fonte dos prazeres esperados." Debret
O Entrudo dentro de casa

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No Rio o povo usava o limão-de cheiro, um objeto parecido com laranja cheio de líquido, para jogarem nas pessoas a fim de se divertirem. As escravas ficavam nas ruas segurando cestos, e não havia música durante a folia.
Entrudo - de Debret, 1823
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Segundo Debret, no domingo de Carnaval, às 5 horas da manhã as ruas já tinham muito movimento.
Carnaval - ilustração de 1880 - de Angelo Agostini
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Carnaval na Rua do Ouvidor, centro do Rio
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Os negros preparavam alimento e água para seus senhores e, apesar de pobres, também se divertiam.
Pintura do Entrudo
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"Vemo-los aí, cheios de alegria e saúde, mas donos de pouco dinheiro, satisfazerem sua loucura inocente com água gratuita e o polvilho barato." Debret
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O carnaval durava tres dias.
Descanso após a folia
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Máscaras e fantasias no Brasil, surgiram na metade do século XIX.
Máscara e fantasia de palhaço é uma tradição
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Uma foliã dos anos 40, Zilda, minha mãe quando solteira, uma admiradora de Carmem Miranda
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Bailes de Máscaras tiveram início no Rio de Janeiro, em 1840, no Hotel Itália, porque os seus proprietários queriam promover o mesmo que foi feito nos grandes bailes de máscara da Europa, no Carnaval de Veneza.
Baile de Máscaras do Carnaval de Veneza
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Com a aceitação alcançada, foram feitos outros bailes em teatros e clubes, que eram frequentados pela elite e classe média que surgia.
Bailes com máscaras e fantasias
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O Carnaval de rua era feito pelas pessoas de menor poder econômico e social.
Bonde no Rio de Janeiro antigo
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Os cortejos carnavalescos das "Sociedades" __ clubes e agremiações, foram idéias do escritor José Alencar. Desfilavam com carros alegóricos satirizando o governo. A primeira, "Congresso das Sumidades Carnavalescas", surgiu em 1855 e da qual ele foi um dos fundadores. Os desfiles da Grandes Sociedades eram muito apreciados, eram a atração na época, porque mostravam luxo e capricho, mas hoje estão esquecidas dos foliões.
Carros das Grandes Sociedades
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Carro-chefe
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Com o fim das Grandes Sociedades, os carros-alegóricos passaram a fazer parte das escolas de samba.
Carro alegórico de escola de samba
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Cordões surgem em 1855. Eles desfilavam com estandartes, instrumentos de percussão, negros, mulatos e pessoas simples. O mestre ia na frente dos músicos com apito e estandarte. Eram influenciados pelas religiões africanas. Depois foram transformados em escolas de samba.
Representação de um Cordão
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Componentes de Cordão
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Componentes de Cordão
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As músicas tocadas eram as marchinhas portuguesas e as tradicionais: polca, valsa, tango, charleston e maxixe, mas só tocadas. A primeira feita especificamente para Carnaval, no Brasil, foi a marchinha "O Abre Alas", da maestrina Chiquinha Gonzaga, para o Cordão Rosa de Ouro, em 1899. Em 1920 é que as marchinhas passaram a ser cantadas nos bailes.
Chiquinha Gonzaga
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Blocos surgiram dos cordões em meados do século XIX. O primeiro que se conhece é o Zé Pereira, tocando um bumbo e atraindo foliões.
Zé Pereira
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No século XX não teve tantos adeptos. Tornaram-se seus sucessores os ritmistas, de cuica, pandeiro, reco-reco e outros instrumentos de percussão.
Zé Pereira
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Ranchos - têm origem na Igreja Católica. Como os da Folia de Reis, são compostos de pastores e pastoras representando a procissão que vai a Belém. O primeiro rancho a desfilar foi o "Dois de Ouros", em 1873.
Rancho Flor do Abacate, 1o. lugar em 1932
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Carnaval do Rio de Janeiro em 1907
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Corso - teve início no século XX, e foi uma das mudanças importantes para o Carnaval Carioca. Eram caminhões e carros abertos desfilando com foliões no centro da cidade, acompanhados por pedestres e fazendo guerra de confete e serpentina. O primeiro a desfilar no Rio, foi em 1908, segundo historiadores.
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Corso
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Baile infantil e carnaval nas casas de famílias de boa condição econômica tiveram início em 1907.
Baile infantil
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Fim de Baile infantil - minha irmã Elenice, eu e um primo - Rio de Janeiro, 1949
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A caminho do Baile infantil - eu e minha irmã Elenice - 1950
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Primeiro concurso de baile - foi em 1909. Os premiados, por votos só de homens, recebiam jóias pelas fantasia, mulher bonita e dança criativa.

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Primeira Escola de Samba - a desfilar foi a "Deixa Falar", em 1929, do bairro do Estácio, o berço do samba, rítmo com elementos africanos e próprio do carnaval carioca. Na época o desfile acontecia na Praça Onze.
Componentes da Deixa Falar, 1a. Escola de Samba, 1929
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"Os primeiros sambistas, considerados hoje pioneiros da cultura popular, tinham formação em música clássica, plagiavam canções estrangeiras e largavam o samba para montar bandas de jazz. " Leandro Narloch
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Os negros no século XX começaram, então, a contribuir com o carnaval carioca.
Ala de baianas esperando para desfilar, em 1931
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Depois surgiu a Mangueira.
Mangueira num desfile recente
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"Nos desfiles de 1932 o enredo homenageava o movimento político que levou Getúlio Vargas ao poder, mas a polícia desconfiou que se referia à revolução de 1917 no país onde o Rei Momo chamava-se Czar e a escola acabou." Leandro Narloch
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Em 1932 houve a primeira competição entre as escolas, na Praça Onze. Depois passaram a desfilar na Avenida, até o início dos anos 60. Elas desfilavam por conta própria.
Escola no início dos anos 60
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Em 1963 foram construídas arquibancadas e instituída a venda de ingressos. As escolas de samba passam a ser a atração principal do carnaval. Em 1984, para não haver mais o monta e desmonta das arquibancadas, o governador Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer construiram a Passarela do Samba, que ficou conhecida como Sambódromo.
O Sambódromo da Marques de Sapucai
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Concursos de fantasias de luxo e originalidade - no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, começaram em 1937, durante o Baile de Gala. Fizeram sucesso por muitos anos. Houve também no Hotel Glória e mais tarde em diversos locais do Brasil.
Baile de Gala no Teatro Municipal do Rio de Janeiro
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Clóvis Bornay, nascido em Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, filho de europeus, museólogo, inspirado nos carnavais de Veneza, foi o criador da idéia que levou ao diretor do teatro.Após ganhar várias vezes o primeiro lugar, passou a desfilar como hors concour. Suas fantasias são consideradas obras de arte. Algumas estão no acervo de museus da Europa e dos Estados Unidos.
Fantasia de Clóvis Bornay
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Tornou-se carnavalesco da Portela, em 1972 e 1973 foi da Mocidade Independente, e depois de outras escolas, sempre como destaque com suas fantasias.
Clóvis Bornay como destaque de Escola de Samba
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Desta época em diante, as escolas de samba passaram a destacar, durante o desfile, fantasias de luxo vestidas por pessoas conhecidas do povo.
Destaque de escola de samba
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Blocos de rua - ressurgiram no Rio de Janeiro em 1984, aumentando a cada ano o número deles e dos foliões pelas ruas da cidade, principalmente na zona sul e centro para a alegria de uns e a tristeza de outros.
Bloco na zona sul do Rio de Janeiro
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Bloco no Rio de Janeiro
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Escolas de Samba, no entanto, são ainda a grande atração da festa, incorporando os carros alegóricos do passado. Desfilam, já há alguns anos, na Avenida dos Desfiles, no Sambódromo da Marques de Sapucaí, no bairro do Estácio __ berço do samba, rítmo que a partir dos anos 60 substituiu as marchinhas no carnaval carioca __ encantando a todos que lá comparecem: cariocas, pessoas de vários estados do Brasil e de vários países.
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A ala das baianas é obrigatória
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Pintura da ala das baianas 
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Desfilando rumo à Apoteose
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Cada escola encena um enredo
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Os carros alegóricos são cada vez mais altos
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As fantasias e a música são quesitos importantes
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A ousadia, a originalidade, a criatividade e a surpresa fazem a diferença
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O final do desfile é na Apoteose do samba
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A campeã de 2012 - Unidos da Tijuca 
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Agora é só começar um desenho, uma colagem, uma escultura, um objeto ou uma pintura sobre carnaval. E não esqueça de deixar o seu comentário!
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Fonte:
O livro de ouro do carnaval brasileiro
Araújo, Hiram - Memória do Carnaval - Riotur, 1993
Narloch, Leandro - Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil - E. Leya - edição ampliada



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