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Máscaras

A Máscara é um acessório simbólico
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A máscara é um acessório, usado pelo homem, com diversas funções. Pode ter fins lúdicos, ou seja, para divertimento em festas e brincadeiras, fins religiosos __ para expressar alguma crença, fins práticos como por exemplo para proteção, pode ser usada como disfarce para que o mascarado não seja identificado, pode também ser usada em rituais, ou ser simplesmente decorativa, ou ainda poderá ser usada com fins artísticos em cenas teatrais _ neste caso ela é maior que o rosto do ator e tem traços bem expressivos, para que a platéia, de longe, possa identifcar o caráter do personagem que representa e que lhe dá vida. Através das máscaras, o homem, lúdico, criativo e artístico atinge o mundo da imaginação, porque ela faz a mediação entre o mundo real e o imaginário.
Máscara em tecido
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Veja mais em:
artetextilbrasil.blogspot.com
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A máscara fascina o homem e é usada por ele em diversas culturas, épocas e lugares.
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Na Pré-História, os homens deixaram registrado nas cavernas de Lascaux, na França, o uso de máscaras de cabeças de animais por caçadores, para serem fortes como eles e poderem caçar com mais segurança, revelando desta forma que a máscara é a representação de um ser com identidade diferente daquela da pessoa que a usa.
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"quando o Homo Sapiens começa sua andança, se inicia a história do pensamento, um pensamento que irá evolucionando e fazendo-se mais complexo à medida que nele forem aflorando diferentes idéias (...)".
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Imagem rupestre feita pelo homem da Pré-História
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"Tão antiga quanto o homem, a noção de representação está vinculada ao ritual mágico e religioso primitivo. Acredita-se que o teatro nasceu no instante que o homem primitivo colocou e tirou a máscara diante do espectador, com plena consciência do exercício de 'simulação', de representação, ou seja, do sígno."   

http:www.pucsp.brposcosculturateatro.htm
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Pintura rupestre da Pré-História
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No Egito, a máscara era usada para sacrifício e as múmias tinham o rosto coberto por uma máscara feita de ouro, pedras preciosas, lápis-lazuli, representanto faraós e reis egípcios para serem reconhecidos quando sua alma voltasse da viagem, pois acreditavam na vida após a morte.
Máscara do Egito
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Máscara do Egito
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No Alaska, a máscara apresentava face de animal e de homem, uma sobre a outra, e numa cerimônia levantavam a de cima para mostrar a de baixo.
Máscara do Canadá, com duas faces
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Nos Estados Unidos, a máscara era usada para chorarem os mortos. As tribos mais antigas dos índios norte-americanos faziam máscaras de madeira com a cabeça de um lobo.
Máscara dos Estados Unidos
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Na Ásia, as máscaras apareciam em cerimônias religiosas, casamentos e divertimentos. Elas apresentam um aspecto grotesco e, as de dragão, servem para afastar os maus espíritos.
Máscara da Ásia
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Máscara da Ásia
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No Japão, o Teatro Nô é uma arte que existe há mais de 600 anos, onde acontece dança, declamação, canto, instrumentos, vestuário e a máscara, peça fundamental. As máscaras principais são as sobrenaturais, as femininas e as dos velhos, que fazem o contato entre os deuses e os seres humanos. Ao vestí-la o ator deve dar-lhe vida, alma. As mais antigas tinham a expressão "neutra".
Máscara do Teatro Nô
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Máscara do Teatro Nô
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"Há um mistério em torno da máscara neutra. No mundo ocidental acredita-se que ela sempre existiu. Mas não. Ela nasce em 1914. Jacques Coupeau, um grande mestre do Teatro francês, a escolhe entre a imensa gama de máscaras históricas, do teatro, da música, da Comédia dell' Arte, etc. e elege uma identidade diferente. Ele é fascinado pela máscara de Nô, o teatro japonês de máscara. Uma máscara particular que se chama Koomo, essa mulher belíssima sem expressão, etc. E ele começa a trabalhar em seu teatro, com essa máscara japonesa. E começa a construir suas máscaras brutas __ naturalmente ele é um homem de teatro, não sabe usar as mãos, não é um escultor. E começa a copiar um pouco essas estranhas máscaras ausente, também chamada de máscara da calma ou máscara nobre. E começa a usar o corpo através da ausência de expressão. Ele rouba a exprssão do rosto dos atores, cobrindo-lhes. É uma máscara que praticamente anula a expressão do ator. E o ator deve comunicar através dos seus gestos, da mímica, através de outros instrumentos."
Máscara do Teatro Nô

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Na Grécia e em Roma, a máscara era usada em cerimônias religiosas, para proteção e também em teatros, passando, então, a ser usada com fins artísticos. Os primeiros a usarem máscara no teatro foram os gregos. A máscara tinha uma abertura bem grande para aumentar a voz. Depois, influenciados por eles, os romanos também passaram a usá-la, no século III a.C, em vez de pintarem o rosto.
Máscara da Grécia
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Na Idade Média, as máscaras eram usadas nas festas pagãs representando dragão e diabos, simbolizando os vícios e as virtudes. Algumas faziam parte de festas religiosas; as que representavam Deus eram douradas. Mais tarde, os primeiros cristãos tornaram a máscara ilegal, porque consideravam que era usada em cultos pagãos. Havia também as máscaras mortuárias.

Máscara mortuária de Blaise Pascal
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No Renascimento, a máscara reaparece com a Comédia dell'Arte, na Itália, que inspirou o Carnaval de Veneza e a idumentária das mulheres da cidade italina de Florença.
Máscaras da Comédia dell' Arte
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Máscaras do Carnaval de Veneza
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No Brasil, tribos primitivas usavam máscara para representarem animais. Os índios usavam em cerimônias religiosas, com materiais da natureza, que consideravam sagrados.
Máscaras do Brasil
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Quando vieram os europeus, no século XVI, ela passou a ser usada como divertimento, no Entrudo.

Máscara do Entrudo
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Depois foi usada, também, como brinquedo, como por exemplo as de Super-herói, que defendem o bem e a paz, através da luta contra o mal.
Máscara do Homem-Aranha
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"Vestir uma máscara é uma emoção muito particular. Se você não tem mais rosto, você contata um mistério. (...)Basta escutá-la e percebe-se na mente uma força criativa que transporta o ator para o seu mundo. São máscaras que te chamam. Dizem: vem, vem brincar comigo."
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Máscara do Brasil
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Na África, a máscara é de madeira, cobre ou marfim, e sua forma é exagerada para ser usada em ritos religiosos, por pessoas que acreditam na existência de seres sobrenaturais. Antes dos rituais, elas dançavam para atrair a tenção dos deuses das colheitas e do espírito da caça.

 
Máscaras africanas


Na Arte Moderna, no séc. XX, Pablo Picasso inspirou-se nos trabalhos de Cézanne, que foi o precursor do Cubismo, porque percebeu a natureza de uma nova maneira. Picasso inspirou-se também na arte africana, procurando novas expressões através das máscaras de rituais religiosos africanos, com linhas marcantes e angulosas. Mas Picasso não copiou, ele criou máscaras para as suas figuras.
Pablo Picasso
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Picasso pinta, então, Les Demoiselles d'Avignon, figuras que representam a barbaridade e a civilidade, e que é um início do cubismo. Levou os elementos dela para seus próximos trabalhos, geometrizou, simplificou as formas e os volumes mudando totalmente a sua estética. O espaço plástico passa, então, a ser intelectual, ou seja, subjetivo, através da percepção e não da visão, da inteligência e da razão, a essência e não a sensação.
"Les Demoiselles d' Avignon", 1907
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Detalhe de "Les Demoiselles d' Avignon"
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Detalhe de "Les Demoiselles d' Avignon"
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"O homem não vive dentro de um universo puramente físico, mas sim em um universo simbólico. Lingua, mito, arte e religião (...) são os vários fios que compõem o tecido simbólico (...). Qualquer progresso humano no pensamento e na experiência fortalece esse tecido (...). A definição do homem como animal racional não perdeu nada do seu valor (...), mas é fácil perceber que tal definição é uma parte de um todo. Pois lado a lado com a linguagem conceitual há uma linguagem de sentimento, lado a lado com a linguagem lógica ou científica existe a linguagem da imaginação poética." Cassirer


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